Conceitos inerentes a uma Bacia Hidrográfica (Pág.146-157)
Um rio, elemento fundamental no ciclo hidrológico, caracteriza-se pelo seu comprimento, pelo caudal, regime hidrográfico e pela bacia hidrográfica:
Rede hidrográfica
Conjunto formado por um rio principal, seus afluentes e subafluentes.
Bacia hidrográfica
Área drenada (de escoamento) por uma rede hidrográfica.
Caudal
Corresponde à quantidade de água que um curso de água (rio/ribeiro) transporta, sendo medido em metros cúbicos por segundo (m3/s). Varia, principalmente, de acordo com a precipitação de cada região.
Tipos de regimes fluviais
Perenes – Rios que possuem fluxo de água todo o ano;
Intermitentes – Rios que apresentam fluxo de água somente na estação húmida;
Efémeros – Rios que possuem fluxo de água quando ocorrem episódios chuvosos intensos.
Fatores da variação do caudal
Relevo;
Grau de permeabilidade dos solos;
Densidade da vegetação;
Clima (precipitação e temperatura);
Utilização humana.
Tipos de leito
Figura 1: Diferentes tipos de leito de um rio. Fonte: Escola Virtual.
Perfis de um rio
Perfil longitudinal – corresponde a uma linha que une os pontos do seu leito desde a nascente atá à foz, através do qual podemos estudar o declive do leito do rio ao longo do seu percurso (Figura 2).
Perfil transversal – corresponde a uma linha que une as duas margens de um rio passando pelo fundo do leito, através do qual verificamos as caraterísticas do vale numa determinada secção do rio (Figura 2).
Figura 2: Perfis de um rio. Fonte Escola Virtual.
Secções de um rio e suas ações erosivas
Atendendo ao caudal e declive do leito de um rio podemos encontrar diferentes secções que determinam a sua principal ação erosiva (Figura 3) (Figura 4):
Figura 3: Secções de um rio. Fonte: Escola Virtual.
Figura 4: Diferentes secções do Rio Douro. Fonte: Google.
Principais rios e bacias da Península Ibérica
Figura 5: Principais rios da Península Ibérica. Fonte Escola Virtual.
Características hidrográficas de Portugal (Pág.154-155)
Variação do caudal dos rios em Portugal
Os rios portugueses apresentam uma variação espacial. No norte e centro do país, os rios apresentam um caudal mais elevado em virtude dos maiores valores de precipitação que aí se registam, do relevo mais acidentado e das menores temperaturas responsáveis por uma fraca evaporação. Pelo contrário, no sul o caudal dos rios é inferior, pelas razões inversas.
Nos arquipélagos, a rede hidrográfica é composta por ribeiras que apresentam um regime irregular e as bacias são bastante pequenas (Figura 6) (Quadro 1).
Os rios portugueses também apresentam uma variação do caudal ao longo do ano, sobretudo no sul, reflexo da variação da precipitação, apresentando maiores caudais no inverno.
A ação humana também influencia a variação do caudal dos rios portugueses, através da captação de água para atividades humanas, da desflorestação, da impermeabilização dos solos, da construção de pontes, barragens, transvases e canais de irrigação, da extração de inertes e do assoreamento do leito dos rios.
Figura 6: Principais bacias hidrográficas de Portugal continental. Fonte Escola Virtual.
Quadro 1: Principais características da rede hidrográfica em Portugal
Norte do Tejo |
Elevado número de rios. Maior caudal (devido à precipitação elevada). |
Sul do Tejo |
Reduzido número de rios. Menor caudal (devido à precipitação reduzida). |
Arquipélago dos Açores e da Madeira |
Ribeiras de reduzida extensão. Caudal especialmente elevado nas épocas de maior precipitação. |