A agricultura: recursos, processos de produção e sustentabilidade (Pág. 124-141)
Fatores condicionantes da agricultura
Caraterização do espaço agrário
A agricultura tradicional ou de subsistência
A agricultura moderna ou de mercado
Consequências da atividade agrícola
A agricultura numa perspetiva sustentável
Retrato síntese da agricultura em Portugal
A agricultura é uma das atividades económicas mais antigas mas também uma das mais importantes para a vida das populações, pois fornece recursos alimentares essenciais à sobrevivência do número crescente de pessoas que habita o nosso planeta, e também porque fornece matérias-primas para a indústria. Esta é igualmente importante em termos económicos, pois é uma atividade lucrativa e ajuda a promover o desenvolvimento das populações e dos países.
A agricultura tem sofrido grandes transformações apresentando uma grande desigualdade e diversidade nos diferentes lugares do mundo, ou seja, existem regiões que produzem alimentos em excesso e outras onde os alimentos são escassos. Assim, segundo a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO – do inglês Food and Agriculture Organization) será preciso duplicar a produção agrícola, até 2050, para sustentar o atual crescimento populacional. Ainda segundo a mesma organização, existem na atualidade cerca de 875 milhões de pessoas subnutridas (que passam fome) apesar da Terra produzir alimentos suficientes para sustentar a sua atual população.
Cada região produz determinadas espécies vegetais pois estas tendem a adaptar-se às condições naturais favoráveis ao seu desenvolvimento. Também algumas condições naturais adversas podem ser superadas através da ação humana.
Fatores condicionantes da agricultura:
A agricultura apresenta uma diversidade de práticas que varia de região para região em resultado de da diferente combinação de fatores naturais (ou físicos) e humanos.
Fatores naturais
O clima: O comportamento da temperatura, da precipitação ou da insolação condicionam a distribuição geográfica das espécies pois cada uma delas possui necessidades específicas de água, de temperatura ou de luminosidade (Figura 1 e 2). Assim, por exemplo, o cacau, a vinha, ou o café não se produzem nos mesmos locais pois necessitam de condições climáticas diferentes. Os climas temperados são os mais propícios à atividade agrícola.
Figura 1 e 2: Paisagem gelada em Sölden em Freiburg, Alemanha. Parque Nacional Joshua Tree na Califórnia, EUA. As temperaturas extremas (muito elevadas ou muito baixas) e a escassez ou excesso de precipitação dificultam o ciclo vegetativo das plantas.
O relevo: As elevadas altitudes inviabilizam a prática agrícola devido à rarefação do ar e às baixas temperaturas pois, regra geral, as temperaturas diminuem à medida que a altitude aumenta (Gradiente Térmico Vertical[Climatologia] Corresponde à variação da temperatura com a altitude. Por norma, a temperatura diminui à medida que a altitude aumenta e vice-versa. Em média a temperatura diminui aproximadamente 6,5ºC por cada 1000m.) (Figura 3). Por outro lado, nas montanhas com vertentes muito inclinadas a utilização de máquinas agrícolas é muito difícil e a erosão é muito grande pelo que o solo se torna mais pobre em nutrientes e minerais essenciais às plantas. Também a orientação das vertentes é muito importante (vertente soalheiras ou vertentes umbrias ou sombrias) (Figura 4). No Hemisfério Norte as vertentes orientadas a sul são mais soalheiras e por isso mais propícias ao desenvolvimento das plantas. As áreas mais planas como as planícies e os planaltos de baixa altitude bem como o fundo dos vales mais abertos são por isso as áreas mais cultivadas.
Figura 3 e 4: Variação da temperatura e da pressão atmosférica com a altitude. Incidência dos raios solares no Vale Glaciar do Rio Zêzere na Serra da Estrela, Manteigas.
O solo: As caraterísticas do solo são também muito decisivas na prática agrícola. Na sua composição são muito importantes duas variáveis, ou seja, a parte mineral, que provém da decomposição das rochas e a parte orgânica, que tem origem na decomposição de todos os organismos vivos (animais e/ou vegetais) (Figura 5 e 6). Os solos argilosos retêm a água e sais minerais à superfície onde as raízes das plantas os podem alcançar, contudo podem proporcionar uma excessiva retenção de água que acaba por comprometer os cultivos; os solos pedregosos e arenosos não são propícios à agricultura pois são muito porosos, ou seja, deixam que a água se infiltre muito facilmente arrastando consigo nutrientes para profundidades inacessíveis às plantas; Os solos evoluídos[Pedologia] Corresponde à parte superficial da crosta terrestre quando composta por várias camadas sobrepostas, designadas por horizontes. Estas camadas são formadas pela acção simultânea de processos físicos, químicos e biológicos e podem distinguir-se entre si através de determinadas propriedades, como por exemplo a cor, a textura e o teor em argilas. com vários horizontes e ricos em húmus são os mais adequados pois têm a combinação ideal de areia, argila, sais minerais e nutrientes. Esta composição facilita a entrada de oxigénio e retém a água sem ficarem muito encharcados.
Figura 5 e 6: Diferentes tipos de solo: solo argiloso típico de clima quente e húmido (A); solo arenoso típico de clima árido (B) e solo rico em húmus típico de climas temperados (C). Horizontes do solo identificados por diferentes letras.
Fatores humanos
Grau de desenvolvimento económico, científico e tecnológico: Nos Países Desenvolvidos[Economia; Política] Conjunto de países que passaram pelo desenvolvimento da indústria, cuja população ativa se insere maioritariamente no setor secundário e no setor terciário. (PD) o grau de desenvolvimento permite-lhes obter elevadas produções agrícolas e reduzir a dependência face ao meio ambiente, ou seja, a dependência do clima, do relevo ou do solo. Assim, embora muitas vezes se assista à utilização simultânea de elevada tecnologia e de meios tradicionais de cultivo, é frequente a utilização de máquinas agrícolas com as mais diversas funções ou o uso de métodos de irrigação (rega) modernos como a rega gota-a-gota, os aspersores ou o sistema pivô por forma a colmatar a escassez de humidade no solo (Figura 7). Para combater os declives muito acentuados o ser humano constrói socalcos (patamares) de forma a criar áreas mais planas; utiliza fertilizantes químicos para corrigir as carências dos solos em função de cada planta; emprega pesticidas e herbicidas para combater as pragas, as ervas daninhas e as doenças que inibem (impedem) e/ou atrasam o desenvolvimento das culturas (Figura 8); utiliza estufas para colmatar as exigências climáticas; recorre à seleção de sementes e à investigação genética por forma a escolher as que são mais produtivas.
Nos Países Em Desenvolvimento[Economia; Política] Conjunto de países que ainda não passaram por um processo de desenvolvimento industrial, ou que apenas o iniciaram a partir da segunda metade do século XX, pelo que ainda apresentam uma percentagem muito elevada da população a trabalhar no setor primário. (PED) o desenvolvimento da agricultura é bastante limitado devido à falta de recursos económicos. Desta forma a produção agrícola é reduzida pois muitas vezes torna-se impossível superar os condicionalismos naturais. Excetuam-se, muitas vezes, as situações de monocultura de plantação exploradas por empresas agroalimentares multinacionais. Alguns exemplos de produtos inseridos neste contexto são por ex. o arroz e a cana do açúcar).
Figura 7 e 8: Sistema de rega Pivô. Colocação de pesticidas.
Situação política e social: A existência de conflitos e de tensões sociais provocam o abandono dos campos, por vezes antes de se efetuar as colheitas, bem como a destruição das culturas contribuindo assim para uma redução da produção agrícola.
Caraterização do espaço agrário:
Como consequência dos fatores naturais e humanos, a agricultura organiza o seu espaço de forma muito variada apresentando diferentes caraterísticas de acordo com a região onde se pratica (Figura 9). Os elementos mais evidentes quando se pretende descrever um espaço agrícola são a morfologia agrária (tamanho, forma e limites) (Quadro 1), o sistema de cultura (forma como o espaço é cultivado) (Quadro 2) e o povoamento rural (modo como se repartem as habitações na paisagem) (Quadro 3).
Figura 9: Principais elementos utilizados na caraterização do espaço agrário.
Quadro 1: Caraterísticas principais da morfologia agrária | ||||||||||
|
||||||||||
|
||||||||||
|
||||||||||
|
Quadro 2: Caraterísticas principais do sistema de cultura | ||||||||||
|
||||||||||
|
||||||||||
|
||||||||||
|
Quadro 3: Caraterísticas principais do povoamento rural | ||||||||||
|
A agricultura tradicional ou de subsistência:
A agricultura tradicional pratica-se em todo o mundo, porém esta predomina nos países menos desenvolvidos, onde se utilizam práticas agrícolas rudimentares, simples ou muito pouco desenvolvidas e muito dependentes das condições naturais. Por norma, o agricultor exerce esta atividade a tempo inteiro e as culturas destinam-se sobretudo ao autoconsumo. Nos países mais desenvolvidos, este tipo de agricultura faz-se normalmente a tempo parcial e como complemento a uma outra atividade profissional principal. As caraterísticas fundamentais deste tipo de cultura encontraram-se na figura seguinte (Figura 10).
Figura 10: Principais caraterísticas da agricultura tradicional.
Devido ao atraso técnico dos Países Em Desenvolvimento[Economia; Política] Conjunto de países que ainda não passaram por um processo de desenvolvimento industrial, ou que apenas o iniciaram a partir da segunda metade do século XX, pelo que ainda apresentam uma percentagem muito elevada da população a trabalhar no setor primário. (PED) e à utilização de meios técnicos por vezes primitivos é possível encontrar vários tipos de agricultura tradicional que se adaptam às condições da região onde se praticam. Assim, destacam-se três tipos de agricultura tradicional:
Agricultura itinerante ou de queimada
Este tipo de cultura é o mais antigo do planeta. Utiliza técnicas simples e é praticada por povos nómadas (povos que mudam de lugar frequentemente). Predomina nas regiões de floresta equatorial da América do Sul, na África central e no sudeste asiático (Figura 11). Trata-se de uma agricultura que tem como finalidade a subsistência dos agricultores e, por isso, cultivam-se vários produtos em simultâneo (por exemplo milho, sorgo, mandioca, inhame, batata doce, cana de açúcar ou palma). Deste modo, trata-se de uma policultura praticada de forma intensiva, mas é pouco produtiva dado que os solos são pouco férteis.
Neste tipo de produção a população abre clareiras na floresta, cortando e queimando a vegetação que servirá para fertilizar o solo e, ao fim de algumas colheitas (dado que não existe abundância de fertilizantes) o campo torna-se muito pouco produtivo ou mesmo estéril o que leva ao seu abandono (Figura 12). A população desloca-se para um novo lugar da floresta e reinicia o processo, abrindo uma nova clareira.
Figura 11 e 12: Principais áreas do mundo onde se pratica a agricultura itinerante. Abertura de clareira para a prática agrícola em Moçambique.
Agricultura sedentária de sequeiro
Este tipo de agricultura é praticado sobretudo nas regiões de clima tropical seco onde predomina a savana em África, nas regiões montanhosas e no planalto dos Andes (Figura 13). Este tipo de cultura é extensiva pois recorre à rotação de culturas (por exemplo milho, trigo tubérculos como as batatas e leguminosas como o feijão) com pousio para evitar o esgotamento do solo e está associada à criação de gado (Figura 14).
Figura 13 e 14: Principais áreas do mundo onde se pratica a agricultura de sequeiro. Cultivo de trigo na Cordilheira dos Andes.
Rizicultura tradicional
O cultivo de arroz é uma prática ancestral (muito antiga) que predomina no sul e sudeste da Ásia, mas também é praticada nas regiões de clima tropical húmido de África e da América latina. É uma agricultura muito dependente de mão de obra (Figura 15) que se pratica de forma intensiva, em que a terra nunca descansa e as várias fases de produção são organizadas em função da época das chuvas. Devido à elevada densidade populacional, os agricultores procuram obter várias colheitas de arroz num ano, uma vez que este é o principal alimento destas populações sendo responsável por alimentar mais de metade da população mundial.
Figura 15: Diferentes etapas de cultivo do arroz.
A agricultura moderna ou de mercado:
A agricultura moderna predomina nos Países Desenvolvidos[Economia; Política] Conjunto de países que passaram pelo desenvolvimento da indústria, cuja população ativa se insere maioritariamente no setor secundário e no setor terciário. (PD) e é uma forma de agricultura especializada, científica e mecanizada. Depende, em grande parte, de agricultores muito qualificados, de regras computorizadas, da drenagem dos terrenos, da utilização de produtos químicos (herbicidas, pesticidas, fertilizantes), da escolha e seleção de produtos, da investigação genética, de amadurecimento dos produtos artificiais e técnicas de conservação avançadas. As caraterísticas fundamentais deste tipo de cultura encontraram-se na figura seguinte (Figura 16).
Figura 16: Principais caraterísticas da agricultura moderna.
Dependendo muito de cada região, por vezes a agricultura moderna apresenta caraterísticas muito próprias. Assim, destacam-se três tipos de agricultura moderna:
Agricultura de plantação
É um sistema de monocultura intensiva pois o solo nunca descansa; a fertilidade do mesmo é conseguida através de fertilizantes químicos (adubos) para que o rendimento seja elevado. Predomina nas áreas costeiras tropicais dos países menos desenvolvidos e com passado colonial devido às suas caraterísticas climáticas e especializado na produção de produtos tropicais (por exemplo a borracha, o tabaco, a banana, o café ou o chá). Utiliza técnicas modernas, e mão de obra local barata. O elevado valor comercial destes produtos atrai empresas estrangeiras que controlam todo o processo de produção e exportam praticamente a totalidade da produção para os países mais desenvolvidos onde aí serão transformados.
Agricultura extensiva com predomínio de cereais
Este tipo de agricultura recorre à monocultura e ao sistema de rotação de culturas (por exemplo trigo no inverno e pastos para animais no verão), em grandes explorações (latifúndios) totalmente mecanizadas desde a sementeira até à colheita, permitindo a obtenção de um rendimento elevado e especializadas na produção de um único produto (por exemplo trigo, centeio, cevada) pelo que são obtidos grandes volumes de produção. Predomina nas planícies férteis com fraca pluviosidade da Europa, da Rússia, da Austrália, dos EUA, do Canadá ou da Argentina (Figura 17).
Horticultura e fruticultura intensiva
Predomina nas regiões onde a disponibilidade de água é grande, uma vez que se especializa na produção de frutas (fruticultura), legumes (horticultura) e flores (floricultura). Com a elevada modernização e mecanização tem-se transformado numa monocultura intensiva especializada ao abastecimento dos mercados das grandes cidades, com elevado nível de rendimento devido à instalação de estufas, sistema de rega gota a gota ou por aspersão, seleção de sementes e/ou bolbos ou o uso de fertilizantes químicos (Figura 18).
Figura 17 e 18: Ceifeira de Trigo, EUA. Estufa de ananás em Fajã de Baixo, Ponta Delgada, Açores.
Consequências da atividade agrícola:
Tendo a agricultura como principal objetivo a produção de bens alimentares e de matérias primas para a indústria agroalimentar, a sua prática interfere não apenas no ambiente, mas também na economia de um país ou região e na qualidade de vida das populações.
Nos Países Em Desenvolvimento[Economia; Política] Conjunto de países que ainda não passaram por um processo de desenvolvimento industrial, ou que apenas o iniciaram a partir da segunda metade do século XX, pelo que ainda apresentam uma percentagem muito elevada da população a trabalhar no setor primário. (PED), a crescente necessidade de bens alimentares produzidos através de agricultura tradicional e, em alguns casos, a partir de agricultura moderna, têm contribuído para o agravamento dos problemas ambientais e socioeconómicos.
Problemas ambientais
Desflorestação provocada pela necessidade de ampliação das áreas de cultivo e de pasto para os animais;
Esgotamento, poluição e erosão dos solos devido à utilização de solos pouco propícios à agricultura, ao reduzido tempo de pousio e à utilização cada vez mais frequente de produtos químicos.
Problemas socioeconómicos
Períodos de fome causados pela insuficiência das produções pois as culturas são muito vulneráveis às catástrofes naturais, às pragas e às doenças.
Nos Países Desenvolvidos[Economia; Política] Conjunto de países que passaram pelo desenvolvimento da indústria, cuja população ativa se insere maioritariamente no setor secundário e no setor terciário. (PD), a modernização da agricultura tem contribuído, igualmente, graves problemas.
Problemas ambientais
Esgotamento dos solos devido ao sistema intensivo e ao uso excessivo de produtos químicos;
Poluição dos recursos hídricos e dos solos;
Desflorestação e destruição de biodiversidade devido à destruição de florestas para a plantação de grandes explorações e à prática de monocultura.
Problemas socioeconómicos
Dificuldade de venda dos produtos fruto da desconfiança do consumidor face à utilização de produtos tóxicos e de organismos geneticamente modificados;
Excesso de produção que se traduz na redução do preço de venda com prejuízos elevados e/ou desemprego do produtor.
A agricultura numa perspetiva sustentável:
Face aos problemas, maioritariamente ambientais e para a saúde, provocados pela agricultura moderna, têm surgido novas práticas agrícolas, nas quais se inclui a agricultura biológica. Este tipo de agricultura não utiliza produtos químicos, baseando-se em processos de cultivo naturais e ecológicos. Procura não poluir o solo nem as águas, não emitir gases para a atmosfera e favorecer a biodiversidade. Os produtos são mais saudáveis, mas não se obtêm níveis de produção elevados pelo que o preço dos produtos é mais elevado (Figura 19).
Figura 19: Principais caraterísticas da agricultura biológica.
Retrato síntese da agricultura em Portugal:
O setor agrícola português é extremamente heterogéneo e tem vindo a perder importância ao longo dos últimos anos. De uma forma geral, é uma atividade pouco produtiva, sendo insuficiente para a satisfação das necessidades alimentares da população. Apresenta produtividade e rendimento baixos devido a condicionalismos como o relevo acidentado ou os longos períodos de seca, o predomínio de campos de pequena dimensão (devido à elevada densidade demográfica, o que dificulta a introdução de maquinaria) ou o envelhecimento da população agrícola. Contudo, a agricultura portuguesa tem vindo a modernizar-se, tornando-se mais competitiva face à concorrência europeia.
Assim, nas regiões norte e interior centro de Portugal continental e nos arquipélagos dos Açores e da Madeira, onde o relevo é mais montanhoso e a precipitação mais elevada, predomina a agricultura tradicional, de subsistência, assente num sistema de policultura intensiva em pequenas explorações agrícolas (minifúndios) e numa intensa mão de obra idosa e pouco qualificada (Figura 20).
Nas regiões do nordeste transmontano e no Alentejo, onde o relevo é mais aplanado e a precipitação é menor, desenvolve-se uma agricultura de cariz moderno, assente num sistema de monocultura extensiva, em latifúndios e num elevado grau de mecanização e pouca mão de obra (Figura 21). Com a entrada de Portugal na União Europeia (UE) assistiu-se à modernização progressiva da agricultura, através dos apoios destinados à mecanização, ao aumento da dimensão das explorações agrícolas, e à especialização da produção para os mercados.
Figura 20 e 21: Minifúndios em Gavieira, Gerês. Latifúndio em Castro Verde, Alentejo.
A agricultura portuguesa ainda tem dificuldades em competir com outros países, apesar de possuir caraterísticas naturais com grandes potencialidades para o desenvolvimento e aperfeiçoamento da agricultura biológica, da horticultura, da floricultura, da silvicultura, da olivicultura e da viticultura.
-
Referências
-
Colman, D., & Young, T. (2010). Principles of Agricultural Economics. Cambridge: Cambridge University Press.
Instituto Nacional de Estatística. (2019). Estatísticas Agrícolas 2018. Lisboa.
Kassam, A. (2020). Advances in conservation agriculture. Cambridge: Burleigh Dodds Science Publishing.
Morgan, R. (1984). Farm tools implements and machines in Britain. Reading: University of Reading.
Sparks, D. (2008). Advances in agronomy. London: Academic Press.
Varela, J. (2007). A agricultura portuguesa e a PAC. Coimbra: Almedina.
Vasco, A. (2009). A Dialéctica Alimentar Mundial A importância da agricultura biológica no contexto evolutivo da actividade humana. Lisboa: Editorial Minerva.
Villalobos, F. (2009). Fitotecnia. Bases y tecnologías de la producción agrícola. Madrid: Mundi-Prensa.
Yahya, A. Emerging Technologies in Agriculture, Livestock, and Climate. Springer International Publishing.