Pesca

Pesca

 

 

 Diferentes tipos de pesca (Pág.144-161)

A importância dos oceanos como fonte de recursos:

Os oceanos apresentam um elevado número de recursos, utilizados para satisfazer as necessidades do Homem (recursos piscícolas, algas, água, sal marinho ou recursos do subsolo), e um vasto património natural (sistemas costeiros ou recifes de coral), que permite o desenvolvimento de diversas atividades e é essencial para a manutenção da biodiversidade.

 

Tipos de pesca:

Existem dois tipos de pesca, a artesanal (Figura 1) e a industrial (Figura 2). Cada um deles apresenta características próprias quanto ao equipamento, ao tamanho das embarcações, ao tempo de permanência no mar, à tripulação e ao volume de capturas (Quadro 1). Estes são ainda condicionados por fatores tais como a dimensão da plataforma continental (pois a fraca profundidade favorece a penetração da radiação solar, facilitando a produção de plâncton; dispõe de grande quantidade de matéria orgânica; a água contém grande quantidade de oxigénio), , as correntes marítimas (nomeadamente as áreas de confluência entre correntes quentes e frias e onde ocorre o fenómeno upwelling, pois a agitação das águas traz nutrientes do fundo do oceano e favorece a oxigenação), a salinidade e a temperatura das águas. Tendo em conta a distância em relação à linha de costa onde operam as embarcações, a pesca pode qualificar-se como pesca local, pesca costeira ou pesca de largo.

 

Quadro 1: Tipos de pesca 

PESCA ARTESANAL

PESCA INDUSTRIAL

Equipamento rudimentar

Equipamento sofisticado
Pequenas embarcações Grandes embarcações
Pouco tempo no mar (geralmente apenas horas/dias) Muito tempo no mar (geralmente semanas/meses)
Tripulação pouco qualificada Tripulação especializada
Pequeno volume de capturas Grande volume de capturas

 

 

 

Figura 1: Tecnologia utilizada na pesca artesanal. Fonte: Escola Virtual.

 

 

Figura 2: Tecnologia utilizada na pesca industrial. Fonte: Escola Virtual.

 

Atividade piscatória – problemas e soluções:     

O grande problema da pesca é a redução de stocks piscícolas. A sobre-exploração (pesca excessiva) do pescado e a poluição da água são as principais razões deste problema. Há várias medidas que podem ser tomadas para reduzir o problema da sobre-exploração do pescado, tais como: 

- Captura de espécies subexploradas;

- Imposição de locais de pesca para determinadas espécies e/ou proibição de capturas em determinadas áreas;

- Fixação de quotas (quantidades máximas determinadas) e malhagens mínimas (medida ou padrão das malhas de uma rede de pesca);

- Controlo da Zona Económica Exclusiva (ZEE);

- Aposta na aquacultura/aquicultura.

 

Podem, ainda, ser tomadas medidas que podem resolver os problemas da poluição da água, tais como:

- Construção de Estações de Tratamento de Águas Residuais (ETAR);

- Vigilância e controlo das áreas costeiras e da ZEE;

- Evitar o lançamento de efluentes domésticos e industriais diretamente nos rios, mares ou oceanos;

- Evitar o uso de fertilizantes, pesticidas ou herbicidas químicos;

- Despoluição das águas

 

Aquacultura:

Consiste na produção de animais e/ou plantas aquáticos, total ou parcialmente controlados pelo ser humano. O número de empreendimentos aquícolas tem vindo a aumentar e a aquacultura já é responsável pela produção de quase metade das necessidades de peixe no mundo apresentando, contudo, vantagens e desvantagens (Quadro 2). Há três tipos de aquacultura: extensiva, semi-intensiva e intensiva. A China é o maior produtor mundial de aquacultura.

 

Quadro 2: Vantagens e desvantagens da aquacultura

VANTAGENS

DESVANTAGENS

Cria emprego

Elevados investimentos (aquacultura intensiva)
Possibilita o abastecimento regular de população Risco de poluição
Gera grande competitividade Ocupação de áreas extensas
Incrementa a produção nacional de produtos aquáticos Alteração das características do produto final (geralmente de menor qualidade)
Ajuda a reduzir a pressão sobre os stocks marinhos Necessidade de abundância de recursos hídricos

 

Principais áreas de pesca no mundo:

Apesar de nos últimos anos as capturas em águas continentais terem sofrido um ligeiro aumento, a percentagem de capturas em áreas de pesca marítima é bastante superior. Em 2010, as áreas de pesca marítima mais produtivas a nível mundial foram o Pacífico Noroeste, o Pacífico Centro Oeste, o Atlântico Nordeste, o Pacífico Sudeste e o Índico Este. As principais espécies capturadas nestas áreas de pesca foram o bacalhau, o arenque, o atum, o camarão, o bonito, a sardinha, a anchova, a pescada e o polvo (Figura 3).

 

Figura 3: Principais áreas de pesca do mundo. Fonte: Escola Virtual. 

  

 A pesca em Portugal (Pág.156-161)

Tendo em conta a distância em relação à linha costeira a pesca local é a mais relevante no nosso país. Em relação às técnicas mais utilizadas, em Portugal destacam-se a pesca polivalente (de vários tipos), a pesca de cerco e a pesca de arrasto.

 

Fatores que condicionam a pesca em Portugal:

A importância da pesca é pequena. Há pouca população empregada neste setor de atividade e o contributo para o Produto Interno Bruto (PIB) é reduzido. Há fatores naturais e humanos muito específicos no nosso país que condicionam a pesca:

- Estreita plataforma continental;

- Upwelling pouco significativo;

- Regulamentação criada pela UE (proibição de captura de algumas espécies/imposição de quotas máximas);

- Características da frota e dos equipamentos (muito rudimentares e/ou deteriorados) e da mão-de-obra (envelhecida e/ou pouco qualificada).