Indicadores demográficos (Pág.07-36)
Evolução da população em países com diferentes graus de desenvolvimento
Fatores que interferem na evolução da estrutura etária da população
Desafios do crescimento demográfico
Estrutura etária da população portuguesa
Retrato síntese da população portuguesa em 2016
Para estudar a população mundial é necessário conhecer o número de habitantes do planeta, perceber como evoluiu e como evoluirá́ no futuro. A ciência que se ocupa deste estudo é a Demografia.
As principais fontes de informação dos estudos demográficos são os recenseamentos (recenseamento geral da população) ou Censos (baseando-se num vasto número de indicadores demográficos), realizados, regra geral, de 10 em 10 anos. Em Portugal, o responsável pela contagem da população é o Instituto Nacional de Estatística (INE).
Destacam-se os seguintes indicadores demográficos:
Natalidade – número total de nascimentos vivos ocorridos num determinado período, numa dada população.
Mortalidade – número de óbitos (mortes) ocorridos num determinado território, num certo intervalo de tempo.
Crescimento natural – diferença entre a natalidade e a mortalidade. Este pode ser positivo, negativo ou nulo, consoante a natalidade seja superior, inferior ou igual à mortalidade, respetivamente.
Taxa bruta de natalidade – número de nados-vivos por cada mil habitantes, ocorridos num determinado território, num certo intervalo de tempo.
Taxa bruta de mortalidade – número de óbitos por mil habitantes, ocorridos num determinado território, num certo intervalo de tempo.
Taxa de mortalidade infantil – número de óbitos de crianças com menos de 1 ano de idade por 1000 nados-vivos nascidos num determinado território, num certo intervalo de tempo.
Taxa de crescimento natural – diferença entre a taxa bruta de natalidade e a taxa bruta de mortalidade.
Esperança média de vida à nascença – número médio de anos que uma pessoa à nascença pode esperar viver.
Índice sintético de fecundidade – número de filhos que, em média, cada mulher tem durante a sua vida fecunda (15 a 49 anos).
Índice de renovação de gerações – valor do índice sintético de fecundidade necessário para que as gerações mais idosas possam ser substituídas por outras mais jovens.
Índice de envelhecimento – número de indivíduos com 65 ou mais anos, por cada 100 indivíduos com menos de 15 anos.
Saldo migratório – diferença entre o número de imigrantes (indivíduos que entram) e emigrantes (indivíduos que saíram) num determinado território num certo intervalo de tempo.
Crescimento real ou efetivo – somatório do crescimento natural e do saldo migratório, cujo resultado indica quantos indivíduos há a mais ou a menos, num determinado período, numa dada região.
Evolução da população mundial:
Durante muitos séculos, a população mundial aumentou muito lentamente. A partir de meados do século XVIII, registou-se um crescimento significativo. Depois do final da segunda guerra mundial, a população aumentou exponencialmente (de forma muito acentuada). Atualmente, vivem na Terra cerca de 7,2 mil milhões de pessoas e este número vai aumentar. Estima-se que o planeta terá, em 2050, cerca de 9,6 mil milhões de pessoas (Figura 1).
Figura 1: Evolução da população mundial. Fonte: Escola Virtual.
Evolução da população em países com diferentes graus de desenvolvimento:
Todos os países passam pelo Modelo de Transição Demográfica, contudo, não se encontram todos no mesmo regime de transição por diferentes fatores sócio-económicos.
A desigual evolução demográfica traduz-se em consequências, regra geral negativas, tanto para os países desenvolvidos como para os países em desenvolvimento como se pode verificar no Quadro 1.
Quadro 1: Consequências da desigual evolução demográfica
Estrutura etária da população:
Num estudo demográfico é crucial (muito importante) conhecer a estrutura etária, isto é, a distribuição da população por sexos e por idades, já que dela dependem decisões estratégicas e políticas com grades implicações sociais, de que são exemplo:
- Alteração da idade de reforma;
- Medidas para a criação de emprego;
- Construção de habitações;
- Planeamento de equipamentos coletivos (escolas, creches ou lares de idosos).
Fatores que interferem na evolução da estrutura etária da população:
São vários os fatores que influenciam a evolução da estrutura etária de uma população (geralmente um país ou região):
- Natalidade;
- Mortalidade;
- Esperança média de vida à nascença;
- Fluxos migratórios;
- Catástrofes naturais;
- Guerras;
- Epidemias.
Um outro instrumento fundamental para se estudar e compreender uma população são as pirâmides etárias. Atualmente podem sem identificadas quatro tipos de pirâmides com características próprias que podem ser associadas a diferentes países consoante com o seu grau de desenvolvimento: a pirâmide jovem (ex. Etiópia), a pirâmide envelhecida ou idosa (ex. Japão), a pirâmide adulta ou de transição (ex. China) e a pirâmide rejuvenescente (ex. França) (Figura 2 e 3).
Figura 2 e 3: Pirâmide típica dos países em desenvolvimento (Etiópia) e dos países desenvolvidos (Japão). Fonte: Escola Virtual.
Da análise da pirâmide etária da Etiópia podemos constatar que esta apresenta o seguinte:
- Elevada taxa de natalidade;
- Elevada taxa de mortalidade;
- Baixa esperança média de vida;
- Baixa percentagem de população idosa;
- Elevada percentagem de população jovem.
Em contrapartida a pirâmide etária do Japão apresenta as seguintes características:
- Baixa taxa de natalidade;
- Baixa taxa de mortalidade;
- Elevada esperança média de vida;
- Elevada percentagem de população idosa;
- Baixa percentagem de população jovem.
Políticas demográficas:
Atendendo às características da sua população os governos/países podem adotar diferentes políticas demográficas. Estas políticas visam estimular ou inibir a natalidade para que se estabeleça um equilíbrio entre a população existente e os recursos disponíveis. Desta forma o governo dos países desenvolvidos e dos países em desenvolvimento apresentam políticas natalistas ou antinatalistas consoante os seus interesses (Quadro 2).
Quadro 2: Políticas demográficas
Desafios do crescimento demográfico:
O crescimento da população, aliado ao elevado consumo de recursos e à degradação do meio ambiente está a pôr em causa a sustentabilidade do nosso planeta. O maior desafio que se coloca à humanidade é conseguir estabelecer um equilíbrio entre três pontos fundamentais: a evolução da população, o consumo de recursos e a preservação do meio ambiente.
Estrutura etária da população portuguesa (Pág.29-34)
Em 1960, Portugal era um país jovem. Apresentava uma base larga e um topo estreito. Esta pirâmide etária refletia o fraco desenvolvimento do país (Figura 4). Em 1981, a realidade portuguesa, e consequentemente, a estrutura etária do país alteram-se significativamente. Ocorreu um estreitamento da base da pirâmide e um alargamento do topo (Figura 5). Em 2011, verificou-se um progressivo estreitamento da base da pirâmide com a redução população mais jovem e um crescente alargamento do topo com o crescimento da população idosa. Registou-se assim um fenómeno de duplo envelhecimento (Figura 6).
Figura 4, 5 e 6: Pirâmides etárias de Portugal. Fonte: Escola Virtual.
A distribuição da população portuguesa também regista diferenças a nível regional. A região do Alentejo e do Centro apresentam um elevado número de idosos. A Região Autónoma dos Acores destaca-se por ser a região com maior número de jovens e de população adulta (Figura 7).
Figura 7: Percentagem de população portuguesa por grupos etários, por NUT II. Fonte: Escola Virtual.
Retrato síntese da população portuguesa em 2016:
De acordo com estimativas do INE, a população portuguesa continua a diminuir e a envelhecer tal como já acontecera no ano anterior. São vários os fatores que contribuem para esta tendência tal como se pode verificar na figura 8.
Figura 8: População portuguesa, 2016. Fonte: INE.