Representações e projeções da superfície terrestre (Pág. 26-33)
Vantagens e desvantagens das diferentes formas de representação da superfície terrestre
Os Sistemas de Informação Geográfica (SIG)
Projeções da superfície terrestre
Elementos fundamentais de um mapa
Desde muito cedo que o ser humano demonstrou interesse em representar a superfície terrestre. A Terra pode ser representada de diversas formas, entre as quais se destacam os mapas e os globos. Além destas, existem também as fotografias aéreas, as imagens de satélite e os ortofotomapas. Por vezes, os geógrafos recorrem também a representações cartográficas mais simples, muitas vezes elaboradas pessoalmente, tais como os esboços cartográficos e os mapas mentais (Figura 1).

Figura 1: Mapa mental do continente europeu.
Vantagens e desvantagens das diferentes formas de representação da superfície terrestre:
Cada uma das diferentes formas de representação da Terra apresentam um conjunto de vantagens e desvantagens muito diversificadas. O quadro seguinte apresenta as mais significativas (Quadro 1).
Quadro 1: Vantagens e desvantagens das diferentes formas de representação da superfície terrestre |
Formas de representação | Principais Vantagens | Principais Desvantagens |
---|---|---|
Globos![]() |
Representação mais fiel da Terra | Difícil de ler, transportar e arrumar Fornece muito pouco pormenor Não permite visualizar todo o planeta em simultâneo |
Mapas![]() |
Fácil leitura, transporte e arrumação Fornece maior pormenor que o globo Permite representar toda a superfície da Terra ou apenas parte dela |
Apresenta algumas distorções da forma esférica da Terra |
Fotografias aéreas![]() |
Permite fazer um estudo pormenorizado da área | Apresenta distorções Dependente das condições atmosféricas |
Imagens de satélite![]() |
Permite observar vastas áreas Aquisição periódica e mais barata |
Dependente das condições atmosféricas |
Ortofotomapas![]() |
Representação rigorosa da superfície terrestre Não apresenta distorções que aparecem nas fotografias aéreas |
Não permite obter informação do relevo em áreas cobertas de vegetação |
Os Sistemas de Informação Geográfica (SIG):
Os SIG permitem recolher, analisar e representar informação geográfica georreferenciada[Geografia] A georreferenciação é o processo de localização geográfica de determinado objecto através da atribuição de coordenadas geográficas de latitude, longitude e altitude., tendo em vista a resolução de problemas reais. Num SIG a informação (dados) é organizada por camadas, o que permite analisar as inter-relações entre os diferentes fenómenos espaciais (Figura 2). A importância da sua utilização resulta:
- Da facilidade de trabalhar com grande quantidade de informação;
- Do tempo de resposta em tempo real no apoio à decisão;
- Da fácil gestão e armazenamento dos dados geográficos;
- Da rapidez com que a informação pode ser atualizada.

Figura 2: Diferentes tipos de dados e respetivas camadas num SIG.
Tipos de mapas:
Existem dois tipos diferentes de mapas aos quais se recorre em função da informação que se necessita. Deste modo, o geógrafo recorre aos mapas gerais ou mapas de base quando se pretende obter diversas informações de carácter geral ou quando se pretende construir nova cartografia a partir dos mesmos. Entre eles destacam-se:
- Planisfério;
- Mapa corográfico;
- Mapa topográfico;
- Planta.
Quando se pretende estudar/trabalhar um tema específico utilizam-se os mapas temáticos:
- Físico;
- Político;
- Demográfico;
- Económico.
Mapas de diferentes escalas:
Uma outra classificação dos mapas prende-se com a escala utilizada. Assim, os mapas podem ser classificados como mapas de pequena escala ou de grande escala (Figura 3).

Figura 3: Mapas de diferentes escalas.
Nos mapas de pequena escala destacam-se as seguintes características:
- Grande redução da realidade;
- Área representada muito grande;
- Apresenta poucos pormenores.
Nos mapas de grande escala destacam-se as seguintes características:
- Pequena redução da realidade;
- Área representada pequena;
- Apresenta muitos pormenores.
Projeções da superfície terrestre:
Para se construir os mapas é necessário representar a forma esférica da Terra numa superfície plana. A técnica que o permite fazer designa-se por projeção cartográfica. No entanto, todas as projeções cartográficas apresentam deformações do espaço (Quadro 2).
Quadro 2: Principais projeções cartográficas utilizadas na representação da superfície terrestre | |||||||||||||||||
|
|
|
Elementos fundamentais de um mapa:
Para conseguirmos ler um mapa é necessário que nele constem informações essenciais (Figura 4).
Título – indica o assunto, área e período de tempo tratados no mapa;
Legenda – identifica e descodifica (explica) o conjunto de símbolos e/ou cores utilizados no mapa;
Escala – indica a relação entre a distância representada no mapa e a distância na realidade. Permite saber o número de vezes que a realidade foi reduzida para ser representada no mapa. Existem dois tipos de escalas: a escala numérica e a escala gráfica;
Orientação – indica a direção do mapa através de um dos rumos da roda dos ventos;
Fonte – indica a origem do mapa e/ou da informação nele representada.

Figura 4: Elementos fundamentais dos mapas.
-
Referências
-
Bastos, L., & Matos, J. (2004). Cartografia e Geodesia - Actas da III Conferência Nacional de Cartografia e Geodesia. Lisboa: Lidel.
Fenna, D. (2006). Cartographic Science - A compendium of map projections, with derivations. Boca Raton: CRC - Taylor & Francis.
Lapaine, M., & Usery, E. (2017). Choosing a map projection. Basel: Springer International Publishing AG.